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Dacrioestenose Congênita: o que é e como é feito o tratamento

Por Dra. Aline Brasileiro – Oftalmologista da Clínica da Criança e do Adolescente

Dacrioestenose é o nome científico da famosa obstrução do canal lacrimal.

Para entendermos que alteração é essa, primeiro precisamos saber como funciona a produção e o escoamento de lágrimas nos nossos olhos. A lágrima é continuamente produzida pela glândula lacrimal, que fica na parte superior e mais externa da órbita (acima do globo ocular), para lubrificação da superfície ocular. Essa lágrima que é constantemente produzida (produção basal) desce, se espalha nos olhos e em seguida escoa através de orifícios que ficam no canto mais interno das pálpebras, os pontos lacrimais. Esses pontos se abrem num sistema de tubos que vão desembocar na cavidade nasal – esse sistema é a chamada “via lacrimal”.
Simplificando: a glândula lacrimal é o chuveiro que está sempre pingando, a água desce pelo ralo (pontos lacrimais) e em seguida pelos canos (via lacrimal) que levam ao esgoto (nariz).

Agora já dá pra explicar: dacrioestenose é uma obstrução ou estreitamento da via lacrimal; congênita é quando ela vem desde o nascimento.

Quando choramos, abrimos a torneira do chuveiro de maneira que o ralo e o sistema de canos não dão conta de drenar toda a água, então ela transborda e escorre pelo rosto. Também desce mais água pelo cano, o que explica porque quando a gente chora o nariz escorre junto e ficamos “fungando”, não é?

A criança pode nascer com uma obstrução no sistema de drenagem (geralmente lá no finalzinho, já na hora de desembocar no nariz) ou então com alguma malformação mais complexa da via lacrimal. Nesses casos, a lágrima escorre mesmo quando a criança não está chorando. Pode haver também produção de secreção ocular, pois o olho reage a toda aquela “água parada”.

Então vemos aquele bebê com um ou os dois olhinhos sempre molhados, “lacrimosos”, que acorda com as pálpebras grudadas de remela e a gente vai limpando remelinha o dia inteiro. Mas é uma criança tranquila, que não tem olho vermelho nem chora de dor, mama e dorme normalmente. Nesses casos a indicação é manter a higiene local com soro fisiológico e fazer a famosa “massagem do canal lacrimal”, já que a grande maioria das obstruções se resolve no primeiro ano de vida sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

E naquelas crianças que têm infecção de repetição ou já fizeram seu primeiro aniversário? Aí pode ser necessário um procedimento para desobstruir a via lacrimal, realizado em centro cirúrgico com sedação. É importante não adiar demais o procedimento, quando há indicação de realizá-lo, pois as taxas de sucesso reduzem com o passar do tempo e pode ser necessária uma cirurgia um pouco mais complexa.

Tem dúvidas se seu bebê apresenta dacrioestenose? Se precisa usar colírio, fazer massagem, ou se tem indicação de algum procedimento? Procure um médico oftalmologista de confiança para te orientar!

Nas redes sociais da Clínica da Criança e do Adolescente você encontra um vídeo em que explico isso tudo tintim por tintim! Se precisar, eu ou nossos Pediatras estamos aqui pra te ajudar.

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