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Crianças autistas precisam ter pessoas de apoio dentro das escolas?

por Karla Carvalho Magalhães
Neuropsicopedagoga da Clínica da Criança e do Adolescente

O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é uma disfunção caracterizada no DSM-V, que traz dificuldades ao desenvolvimento de comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades, acarretando prejuízos desde o início da infância, limitando o funcionamento diário do indivíduo.

Portanto, o acompanhamento precoce é primordial, pois aspectos como incapacidade de estabelecer relações com seus pares, falta de vontade de compartilhar situações agradáveis, falta de reciprocidade emocional, atraso ou ausência do desenvolvimento da linguagem falada, déficit significativo para iniciar e/ou manter uma conversa com outros, uso de linguagem estereotipada, inflexibilidade, dificuldade comportamental, entre outras características, são apresentados desde a primeira infância, tornando a convivência/aprendizagem escolar uma experiência complexa.

Dessa forma, compreendendo a importância de um desenvolvimento inclusivo e efetivo, é imprescindível a participação do mediador escolar em sala de aula, com o objetivo de favorecer a aprendizagem do seu mediado, ocupando o papel de intermediário nas questões sociais e de comportamento, bem como nas questões pedagógicas, além de auxiliar o professor através de adaptações individualizadas.

Diante disso, o mediador deve ter como finalidade a autonomia do indivíduo, e com isso facilitar o desenvolvimento na criação de estratégias no ambiente escolar, como antecipar atividades a serem realizadas, adaptando-as, improvisar recursos, motivar o desempenho da criança, buscar temas dos seus interesses, ensinar a criança a pedir ajuda de seu professor quando não estiver entendendo a tarefa, entre outros, contribuindo para sua evolução.

Sendo assim, é essencial que as escolas/famílias percebam o quanto é importante esse profissional para o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas do indivíduo, focando em suas necessidades, tendo em vista que cada criança é única, precisando de uma atenção individualizada, que nem sempre o professor poderá prover. O mediador escolar se faz de extrema importância tanto quanto uma equipe multidisciplinar, pois ele que estará presente no dia-a-dia do mediado, suas observações e ações contribuindo, inclusive, no atendimento de outros profissionais.