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Vacina meningocócica tetravalente: Uma novidade de 2008

(por Dr. Dorian Domingues)

A última novidade de 2008 chegou ao SUS: a vacina tetravalente (ACWY) contra a meningite meningocócica!

Calma, calma, não é erro de digitação: a data (2008) está correta. Vem comigo que eu explico!

Sabe aquela vacina que o SUS não aplicava, que você achava supérflua e que a enfermeira do posto sempre te falava que não precisava, que era uma frescura aquilo tudo que os médicos de clínicas particulares ficavam te “empurrando”?  Pois é, de repente, ela virou básica…  curioso, né? Então…

Essa história é velha e sempre se repete. Tudo que há de mais moderno chega sempre primeiro na rede particular e depois (e aqui se subentende um conceito bem elástico de tempo) à rede pública.

O calendário vacinal da rede privada está sempre à frente do SUS, em qualquer período de tempo analisado. Só para contextualizar, a vacina contra rotavírus chegou ao calendário particular em 2000, e no SUS só em 2006. Não ia ser diferente agora. Quer mais exemplos?

No caso da meningite, esse intervalo beira uma década – a vacina contra meningite tetravalente ACWY habita o universo das clínicas privadas há mais que 10 anos, desde 2008. E segue aí abaixo mais um exemplo bem claro das diferenças entre os dois calendários.

Em 2006 um surto de meningite meningocócica pelo tipo C se alastrou por Muriaé (sim, aqui pertinho!). Era um tipo de meningite para o qual já se tinha uma vacina que gerava imunidade definitiva, mas só na rede privada.  Surpreendido pelo surto o SUS adquiriu (depois de alguns meses, pois não constava da sua grade habitual) uma vacina que gerava imunidade PROVISÓRIA contra os tipos A (não era o caso) e C.  Mas só para alguns grupos considerados “de risco”, uma coisa sempre temerária sob a ótica individual:  nada de adultos e crianças maiores, apenas crianças pequenas e idosos, pra variar.

Imagine a confusão e o atropelo nas clínicas particulares.  Por coincidência, era copa do Mundo (saímos logo de cara, perdendo para a França, estão lembrados?), uma loucura, imagina só!

Nessa época, a Imunovida já estava à frente e tinha a vacina contra o tipo C há muito tempo. E vacinávamos rotineiramente adultos e crianças maiores que 03 meses de idade. Mas, mesmo assim, fez fila na porta!

O SUS incorporou esse ano a vacina contra a meningite meningocócica tetravalente (ACWY) na campanha nacional de multivacinação, e isso é um grande avanço, ainda que tardio.

“Ah, mas então eu não preciso mais fazer essa vacina no particular, porque o SUS fornece, né?”

Não é bem assim. Fornece, mas em dose única e só a partir dos 11 anos de idade. Até lá a criançada fica no sereno. E a meningite é mais comum em bebês e crianças menores.

Seguem aí algumas das diferenças entre a vacinação tetravalente contra a meningite no SUS e na rede privada, que segue a OMS e a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Siga aí:

1) No SUS, a vacinação contra o tipo C começa aos 03 meses de vida e a dos tipos A, W e Y só se inicia aos 11 anos de idade, apesar do próprio Ministério da Saúde admitir e frisar que a meningite acomete crianças de baixa idade ( http://blog.saude.mg.gov.br/2020/04/24/meningite-sus-passa-a-oferecer-vacina-acwy-nova-forma-de-prevencao-contra-a-meningite/ );

2) Na Imunovida essa vacinação contra TODOS esses tipos se inicia aos 03 meses de idade, e fazemos reforços após cinco anos, seguindo as orientações da OMS, porque é preciso manter sempre um alto nível de anticorpos circulantes;

3) O SUS não faz a imunização contra o meningococo tipo B, cuja incidência vem crescendo no país, principalmente entre crianças mais novas;

4) A Imunovida? Faz todas essas vacinas, a partir dos 03 meses de idade;

Em resumo: na rede privada a criança recebe todas as vacinas disponíveis contra meningite meningocócica a partir dos 03 meses de idade, enquanto no SUS a imunização não é completa (falta o tipo B) e tardia, já que a vacina tetravalente só chega aos 11 anos.

É também o caso da vacina contra pneumococos. A versão utilizada na rede privada (PREVENAR-13™) também protege mais que a do SUS. Mas aí já é outra história, fica pra outro dia.

Adultos também podem e devem receber essas imunizações. Não sabia?

A diferença probabilística de se adoecer e morrer por alguma doença prevenível sempre foi o nosso alerta nesse canal ( https://www.clinicadacrianca.com.br/as-doencas-e-as-vacinas ), fique ligado e fique vivo!

Em caso de dúvidas, consulte o seu médico, ou fale com a gente!

Clínica da Criança e do Adolescente & Imunovida, parceria para toda a vida.