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Com febre não se brinca…fique em alerta para esse sinal!

Por Dr. Dorian Domingues, pediatra da Clínica da Criança e do Adolescente

“Estava tudo ótimo e de repente eu percebi que ele estava mais quieto.  Parou de brincar e ficou chatinho, mais choroso. Fui lá, botei a mão nele e percebi que estava meio quente. Quando pus o termômetro, conferi: 38,6 graus de febre! Fiquei preocupada e liguei para o pediatra dele na hora.” (Camila, mãe da Helena*)

* Nomes fictícios, história real.

Uma história que se repete é essa: a criança com febre não brinca.

Quem é mãe/pai e nunca passou por uma situação dessa só pode ter uma certeza: vai passar. Porque a febre é indissociável de uma infância normal.

A febre é uma reação fisiológica a processos inflamatórios (raros na infância, como as patologias reumáticas e neoplasias) e infecciosos (de longe os mais comuns) e é um sinal de que algo está acontecendo. Mas ainda que seja um sinal de alerta, não é necessariamente um sinal de perigo.

A maior parte das doenças febris das crianças são “viroses” (doenças provocadas por vírus que vão de resfriados, verrugas e diarreias por rotavírus até a Covid-19), ou seja, um leque muito amplo de doenças infecciosas autolimitadas. E a outra parcela geralmente é devida às infecções bacterianas (amigdalites, otites, pneumonias, etc) que necessitam de antibióticos.

De qualquer forma que seja, a febre é sempre preocupante, e é uma das maiores causas de consulta em pediatria. Vamos esclarecer alguns pontos?

1) Febre alta é sempre sinal de doença grave.

R.: Não necessariamente. Caxumba e a amigdalite normalmente provocam febre alta e são doenças benignas, enquanto tuberculose, que é uma doença grave, geralmente não provoca febre.

2) Febre é bom porque significa que o corpo está reagindo.

R.: Não. Se o corpo reage é porque está sendo agredido, e agressão nunca é bom. NUNCA encare febre como sinal positivo.

3) Febre alta provoca convulsão.

R.: Não. As crianças que tem tendência à convulsão febril (que acontece até aproximadamente 05 anos de idade por imaturidade do Sistema Nervoso Central) apresentam convulsões mesmo com febre baixa. O mais importante aqui é a velocidade com que a febre se instala. Essas crianças merecem ser rigorosamente observadas e medicadas em relação à febre para evitar as crises.

Por outro lado, alguns pontos favoráveis devem ser considerados quando o seu filho está com febre. E aí vale o bom senso. Segue o algoritmo básico!

-Quando está COM febre fica chato, chora, pede colo, geme e não come? Ok, é o esperado.

-Mesmo com febre fica de boas, brincando, se alimenta e sorri? Grave, não é!

-Quando está SEM febre fica tranquilo e brinca de novo? Possivelmente não é nada grave, dá pra observar.

-Mesmo quando a febre cede continua abatido e quieto, sem brincar? Xiii…  Sinal de ALERTA!

Obviamente que na prática não é tão simples assim. Mas é um roteiro.

Num resumo rápido: duas crianças doentes (uma com amigdalite e uma com pneumonia) quando estão com 40 graus de febre estão ambas prostradas.

Quando a febre passa, a da amigdalite fica bem, porque só tem uma amigdalite.

A da pneumonia continua abatida, porque tem uma pneumonia. 

Enfim, é impossível resumir febre num só artigo (temos outro no nosso blog: clique aqui), mas é sempre um sinal de alerta.

A criança com febre não brinca. E com febre não se brinca!

Se seu filho apresentar febre, converse com o seu pediatra. Se precisar, fale com a gente. Aqui estamos sempre prontos a te atender.

Clínica da Criança e do Adolescente – Há 25 anos cuidando da saúde do seu filho.